Conceito wabi-sabi norteia projeto de apê de 150 m² para casal com filho

O apartamento de 150 m² projetado pelo escritório Ohma (@ohmadesign), dos arquitetos Paloma Bresolin e Nicholas Oher, na Vila Nova Conceição, capital paulista, foi inspirado no conceito wabi-sabi, que preza por simplicidade e peças essenciais, além de tirar partido da paleta monocromática e elementos naturais.

O pedido foi feito pelo casal de proprietários, Martim Nicolellis Cazarin Silva e Biba Habka, pais do pequeno Wabi, por isso já carregavam consigo esse afeto pelo nome. "Nosso apartamento tem esse nome devido ao nosso filho. Quando Paloma e Nicholas deram esse nome, a gente amou!", conta Biba.

"Sabemos que, de minimalistas, não temos muito: colecionamos arte, bebidas, instrumentos musicais, objetos xamânicos, brinquedos, memórias... Por isso pedimos um projeto mais básico: paredes brancas, muita madeira, piso de taco e cadeiras de palha", continua.

O apartamento foi redesenhado para melhor atender às necessidades dos moradores. A planta original foi reconfigurada para separar áreas públicas e privadas de forma mais eficiente. Agora, três suítes proporcionam conforto individualizado, sendo que a sala ampliada figura como o epicentro do convívio, onde móveis selecionados se misturam a coleções pessoais.

"A moradora é designer e apaixonada por arte, trabalhou no Instituto Inhotim, museu em Minas Gerais, por isso escolhemos o vermelho como um dos únicos tons do apartamento, como o lavabo", diz Nicholas. Biba tem uma mini coleção de artistas amigos, principalmente em seu home office.

Já o morador é apaixonado por instrumentos musicais e tem uma coleção grande, entre flautas, tambores e violão. Ele gosta muito de meditação e se identifica com o xamanismo, daí também vem o conceito do projeto. Apaixonado por uísques, coleciona rótulos do mundo todo, por isso prateleiras rentes ao teto guardam as garrafas na sala.

A estética do wabi-sabi permeia cada detalhe, com destaque para o piso de madeira natural tauari em paginação espinha-de-peixe, que se junta a paredes predominantemente brancas, destacando a simplicidade e serenidade. Como a moradora é apaixonada por palha, esse elemento também aparece nos móveis soltos, como o pendente e as cadeiras na sala de jantar.

Os escritórios integrados permitem flexibilidade ao casal, já que ambos trabalham em casa, com a possibilidade de ficar mais perto do filho, e também privacidade quando necessário. "Uma dos locais que mais gosto é meu ateliê, com a mesa desenhada para mim e a disposição dos quadros da minha coleção de arte, fazendo com que eu possa ter um ambiente de trabalho e de criação muito gostoso", avalia Biba.

A decoração minimalista é pontuada por peças de arte e mobiliário cuidadosamente selecionado, como a poltrona Mapá, do Estúdio Orth, na sala, e a mesa de granilite, do estúdio Mezas, no jantar.

Na cozinha, o ladrilho hidráulico verde contrasta com o vermelho da porta de serralheria. "Escolhemos o ladrilho por se tratar de um revestimento rústico e feito à mão. O mármore branco na bancada foi selecionado por ser um elemento natural também", explica Paloma.

O lavabo ganha destaque por suas cores, como vermelho nas paredes e mármore verde Guatemala na pia esculpida. O teto de muxarabi garante um efeito reconfortante quando a luz é acesa e conta ainda com a tapeçaria de Alex Rocca, de cores bordô e amarela.

A suíte principal do casal foi pensada com uma cama com conceito japonês, mais baixa, resultando em uma estética simples, com uma poltrona Togo para momentos de leitura e o tapete kilim como passadeira. "O casal amou a experiência da cama baixa e principalmente o filho pequeno, que tem acesso mais fácil aos pais", comemora o arquiteto.